Conto - Mel e o Poeta.


Conto - Mel e o Poeta.
Deparei-me com aquela figura feminina esbelta parada na porta de uma loja. Era uma moderna loja de roupas, vitrines de vidros super limpos, manequins novos e bonitos trajando as promoções, vários objetos coloridos de decoração e pó de serra na cor bege espalhado pelo chão da vitrine. A moça trajava um jeans azul surrado e justo de Lycra com cinto largo que marcava a cintura fina. Usava uma blusa branca de algodão com dizeres “Ecologia”. Era jovem e bonita, biotipo universitário, cabelos longos, rosto fino e delicado, aparência de modelo. Com olhar quase pueril ela babava enquanto olhava fixamente um vestidinho azul de tecido leve. Parei ao seu lado e me pus a olhar o seu objeto de desejo. Estranhamente comecei a perceber que aquele vestidinho azul parecia ter sido feito para ela.
Bom dia. Disse para ela.
Bom dia. Ela respondeu-me timidamente.
Posso ajudá-la em alguma coisa?
O Sr trabalha aqui?
Não, não! Mas percebi que você admirava tanto este lindo vestidinho azul que resolvi perguntar se deseja alguma ajuda.
O Sr também achou o vestidinho lindo é?
Na verdade quando o vi imaginei que tivesse sido feito para você. Ficaria perfeito em teu corpo.
Pois eu pensei o mesmo moço, mas não posso pagar por ele. É muito caro e eu não recebi minha mesada ainda. Mesmo que recebesse não daria para comprar.
Então me permita ajudá-la, posso?
Como ajudar moço, vai me emprestar o dinheiro? A gente nem se conhece. Porque faria isso?
Olha querida, não me interprete mal. Sei que não nos conhecemos, mas eu sempre costumo agir segundo meus impulsos e quando posso ajudar não meço esforços. Se você me permitir eu comprarei o vestido para você. Não o farei como empréstimo, mas darei como presente de uma nova amizade que surge entre nós.
Tudo bem então. Eu aceito sim Sr.
Entamos na loja onde fui até a vendedora mais próxima e solicitei o vestidinho azul. Entreguei-lhe devidamente embrulhado para presente. Recebi um abraço e um beijo carinhoso no rosto. A mocinha não se cabia de tão contente.
Nos despedimos na gente da loja após trocarmos os números de telefones e na saída ela voltou-se para mim e falou:
Desculpa moço, eu não me apresentei e nem perguntei seu nome. Eu me chamo Melissa, mas pode me chamar de Mel e o Sr como se chama?
Prazer Mel. Eu me chamo Tony. Tony Casanova. E na próxima vez que nos encotrarmos, por favor, trate-me por você. Me sinto velho sendo chamado de Sr.
Desculpa Tony. Obrigado pelo presenteTchau. Beijos.
Tchau menina Mel. Beijão.
Dois dias depois a Mel me ligou e me fez o convite para levá-la para comemorar seu aniversário. Explicou que como estava longe da família, eu fora o único a lhe dar um presente. Só faltava lhe dar os parabéns. Marcamos e naquela noite Mel surgiu linda descendo de um táxi e trajando o maravilhoso vestidinho azul. Fui até ela, abracei-a com ternura e disse-lhe que estava linda. Pude ver em seus olhinhos um brilho encantador casado com um sorriso lindo.
Naquela mesma noite começamos um dos namoros mais marcantes da minha vida. Inesquecível Mel e seu jeitinho de menina num corpão de mulher. Existem pessoas que passam e deixam marcas e a Mel foi uma delas. Esta é a história de Mel e o Poeta. Apenas mais um fato de tantos que acontecem no cotidiano das pessoas, mas que para mim rendeu um importante capítulo da minha vida.
Texto de Tony Casanova – Direitos Autorais Reservados ao autor . Proibida a cópia, colagem, reprodução oou divulgação de qualquer espécie ou em qualquer meio sem autorização expressa do autor sob pena de infração das Leis Brasileiras de Proteção aos Direitos Autorais.
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