Pátria Amada, Brasil.


Distante de ser um País considerado VIP, o Brasil de hoje vive de ostentação, mas coleciona os piores e mais vergonhosos títulos mundiais. Nos assola a violência, a corrupção, a impunidade, sem falar em tantos outros que colecionamos, infelizmente. Dividido em duas partes, onde uma reluz e ostenta seu brilho e a outra permanece no escuro, nosso País sonha com o primeiro mundo, mas oferece ao seu povo um samburá de heróis que discursam como “salvadores da Pátria”, gente que apesar dos beijos e abraços distribuídos aos pobres, jamais conheceu de fato o beijo da fome ou o abraço da pobreza.
Paradoxalmente posso dizer que a maior riqueza do Brasil não está no Pré-sal, no Petróleo, nas Indústria ou mesmo nas riquezas acumuladas, mas na ingenuidade do povo que elege candidatos a nada. A maior riqueza do País é a esperança do povo. Gente que acredita e ainda sonha com um lugar melhor e mais justo para todos. Enquanto os mais abastados alimentam a Nação com estatísticas distantes da realidade, o povo luta em busca de dignidade para o País. Não é de si mesmos que os brasileiros sentem vergonha, mas daqueles que durante décadas transformaram o Brasil em uma Nação onde a Lei só é cumprida para punir seu povo enquanto seu Parlamento se protege à sombra da própria Lei.
O Brasil é um País rico sem dúvida. Rico porque seu povo trabalha duro, luta diariamente produzindo divisas e honrando seus compromissos como pode. Somos induzidos a acreditar em números que nos dizem que estamos bem, mas a realidade está visível na Educação, na Saúde, no Trabalho, na Segurança que temos. Números, estatísticas, é tudo que se apresenta nos discursos. Uma linda tela pintada por quem desfruta Whiskie on the rocks enquanto se reúne. Esquecidos do episódio que levou mais de Cem Mil brasileiros ás ruas, aqueles que hoje choram votos distribuindo sonhos nas suas palavras, são os mesmos que se calaram diante da massa que avançava em direção ao Palácio do Planalto. Em cada capital os manifestos foram contidos sempre da mesma forma: a força policial, a mesma que poderia conter os vândalos que saqueavam e depredavam instalações , mas que nada fizeram porque o foco era outro.
Não seríamos o Brasil se revelássemos o número crescente de votos brancos e nulos em cada eleição. Ou se cumpríssemos à risca a Lei da Ficha Limpa. Não seríamos Brasil se as CPIs fossem compostas por cidadãos civis e não por políticos envolvidos em escândalos sempre engavetados por falta de provas. Não seríamos o Brasil se invés de criar Leis, fizéssemos cumprir as que já temos sem privilégios de funções. Mas nem tudo está perdido. Caminhamos para as mudanças, não as mudanças que se sugerem aos brados durante os discursos que significam trocar seis por meia-dúzia, mas as mudanças de mentalidade do povo, a maior e mais poderosa arma contra a corrupção, a impunidade, a falta de vergonha que vivemos e assombra o mundo quando olham para nós.

Texto do Escritor Brasileiro Tony Casanova – Direitos Autorais Reservados ao autor. Proibida a cópia, colagem, reprodução em qualquer meio ou divulgação de qualquer espécie, do todo ou parte dele, sem autorização expressa do autor sob pena de infração ás Leis Brasileiras de Proteção aos Direitos Autorais.
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